Quando chegamos as plantacoes a grande Renee deu-nos a provar as suas famosas canas de acucar, que eram de facto muito boas. Depois de muita chupadela e muita cuspidela era hora de abalar, que nesse dia havia um comboio nocturno para Bagan que ninguem queria perder. Entao, mais uma vez sob os comandos do Boss e do m2, pusemosnos a caminnho de Mandalay, para jantarmos e seguirmos para o train...
Mal chegadinhos a estacao percebemos que a nossa vida na Birmania estava prestes a mudar, iamos sair do mundo da Renee e entrar no mundo normal, muitos muitos muitos furos abaixo em termos de luxo. Chegamos ao que nos gostamos de chamar, o "true Myanmar", onde o primeiro efeito foi logo um atraso de 3horas no comboio, coisa tranquila. Ja dentro do comboio, na nossa "upper class" (ao menos nao tinha galinhas nem vacas) rapava-se um frio do caracas, mas nos queriamos mesmo sentir e viver o true myanmar e ninguem deu parte fraca. 8 horas depois chegavamos a Bagan, onde o comboio foi invadido por taxistas que nos queriam "raptar".
Em Bagan ficamos num hotel muito simpatico, o New Park Hotel. Bagan e uma zona turistica do Myanmar de uma beleza incrivel, os mais de mil templos espalhados pela planicie, que se veem uns dos outros, formam uma moldura que deixa qualquer um indiferente (logo que possa meto fotos). A melhor maneira de nos movimentarmos em bagan sao carrocas puxadas por cavalos, e os "taxistas" sabem sempre aonde nos levar. As pagodas mais conhecidas sao Ananda, Gaw Baw Palin e Pahto. Nesse dia comemos num dos mais de mil restaurantes italianos em Bagan e dormimos cedo que no dia asseguir havia um sun rise a presenciar.
0500 e la vamos nos de pic-up para o sun rise, todos enlatados. Um nascer do sol brutal, visto de um dos templos, a medida que o sol subia, destapava todos os templo cobertos pela escuridao. Devido ao erguer madrugador regressamos ao hotel para tomar o pequeno almoco e dormir um bocadinho, antes da grande aventura desse dia: a conquista do monte popa.
Acordados pela segunda vez era hora de regressar a nossa pic-up bem entaladinhos e seguir caminho para o monte popa. Quando ja a mais de meio caminho a estrada comeca a inclinar, tudo normal, mas quando fica ingreme ao ponto de termos de sair para a viatura ganhar balanco, comecamos a suspeitar. Almocamos na base do monte, e logo nos fizemos aos 770 degraus pelo meio de coco e xixi de macaco (manu ias adorar), sendo que alguns dos deliquentes primatas estavam logo ali a rir-se de nos (tudo isto descalco), depois de alcancado o cume era hora do merecido descanso. Uns ouviam musica, outros fumavam os seus cigarrinhos, os tugas conversavam mais uma vez sobre temas importantissimos da actualidade (maioritariamente chateavamos a Marlene por tudo e por nada), e assim, banhados por uma vista inacreditavel se passaram umas boas 2 horinhas.
Hora de descer e de nos por a caminho, ja a meio caminho comeca a viatura a falhar o ritmo, e nos ja meios alarmados devido ao facto de o sol ja ter dado lugar a lua, e o calor ao frio. Quando, nao para espanto, a merda do carro para mesmo e se instala a confusao. O condutor dentro do carro, a Marlene deitada na caixa aberta, os seus 8 cavaleiros a empurrar a carroca/pic-up/lata de sardinhas, eu a berrar em portgues "engata essa merda cabrao", o Michele a berrar o mesmo em italiano, o David parado a rir e a berrar "gogogogogogogo" e o Jalles gritando "spingi, spingi" (empurra em italiano que claramente nao se escreve assim); nao sei se o carro funcionava a decibeis mas a verdade e que la pegou e saltamos todos la pa dentro, nao sei que antes o Francesco e o Carlo (que iam a frente) entalassem o Gianluca (que tambem meteu a mao na porta ninguem sabe porque) e provocassem aquele misto de gargalhada com CHISSA, que voces conhecem, em todos nos. Nao se iludam caros leitores, porque cerca de 15mins depois a puta do carro parou outravez, e desta vez (devido a proximidade do destino) decidimos abandonar o motorista e seguir a pe ate ao hotel, onde chegamos saos e salvos.
Depois do devido banho decidimos ir experimentar um indiano referenciado no lonely planet, Aroma 2, recomento vivamente. Eu que nao sou fa de indiano fiquei totalmente rendido, e houve mais quem se converter-se.
0500, comeca a ser um habito este erguer coms os galos, e la partimos numa van para o aeroporto de Bagan, apanhamos mais um voo interno, desta vez na air mandalay. O aviao era tao mau, tao velho, tao piqueno, que levou a madalena as lagrimas ao descolar, e confesso que eu tambem receei pela minha preciosa existencia. Aterradinhos de fresco em Heho, mais 1h30m de pic-up montanha acima ate Kalau, onde iriamos comecar um treking de 3 dias. Enquanto tomavamos o pequeno almoco conhecemos o Jeroen, um belga de 35 anos que se juntou a nos para o treking. Jeroen trabalha na area do e-learning, na Belgica, e ja viajou mais de meio mundo. Ao que parece tira ferias de 6 meses e vai passear, no seu caminho ate a Birmania ja tinha estado na Russia, Mongolia, China, Vietname e Indonesia. O hostel onde comeca o treking tem um aspecto muito simpatico.
Neste primeiro dia em que tinhamos acordado as 0500 caminhamos 05h30m, paramos de caminhar para almocar numa vila que nos recebeu em ton de festa com musica e tambores, ainda la deixamos uns comprimidos da malaria para um aldeao que estava doente e seguimos o nosso caminho. No fim do dia paramos na casa de uma tribo local que nos deu tecto e jantar (uma refeicao fabulosa para as condicoes existentes. Antes do jantar houve ainda tempo para um banho de regador, geladinho como e obvio, e para reparar que o ceu no Myanmar e o mais bonito que ja vi. Ja vi o ceu de terra, do mar, na asia, na europa, na america do sil, na montanha ou na cidade, mas o Myanmar bate tudo o que ja me passou pelos olhos. Depois deste cansativo dia, era hora do merecido descanso na quentinha camarata preparada.
O segundo dia de treking reservou-nos 7h30m de caminhada penosa, em que terminamos num mosteiro budista onde o Jalles resolveu rapar o cabelo, tarefa que ficou a cargo do monge principal.
O terceiro dia de treking, a tao esperada etapa final (apesar de jovens, as pernas ja pesavam e alguns ja trekavam de chinelos devido as bolhas malditas), foram 4h30m de passeio, a velocidade de cruzeiro (aproveitei para acompanhar o Mathieuque cheio de bolhas se agarrou a um cajado e foi mais devagar). Mas o dia comecou com um pre-acordar as 0500 devido as cantorias dos monges juniores, que eu rapidamente abafei com o meu querido ipod (ipod na birmania? bora lacerda).
Chegados ao destino, Inle Lake, fizemos uma viagem de 1h30m de barco a ver uma paisagem fabulosa, no supe de varias montanhas um lago, o Inle Lake, onde a populacao construiu uma cidade flutoante a imagem de veneza, mas toda em madeira. Passamos a tarde a descansar do nosso espetacular treking, que me proporcionou paisagens fabulosas, e acabamos o dia a jantar num italiano com forno a lenha e home made pasta, em plena birmania, quem diria...
No segundo dia no lago, continuamos com o descanso, e decidimos fazer um tour de barco por todo o lago. Acabamos por passar mais o dia nas compras do que outra coisa, mas foi optimo para despachar presentes. Vimos os pescadores do lado, jardins flutuantes, as mulheres girafa, um templo e uma fabrica de cigarros do Myanmar. As refeicoes do dia foram feitas no mesmo italiano, que tem um franchising do outro lado do lago, paraquem dorme desse lado, haha...
O terceiro dia no lago nao deu para mais do que almocar e partir em direccao ao aeroporto. Ja no aeroporto atrasaram-nos o voo, voo esse que veio mais tarde a ser cancelado, mas porque perguntam voces?
Voces: Porque Lacerda?
Lacerda: porque era noite, nao , nao estou a gozar. O sol pos-se e o aviao nao podia aterrar porque a pista nao era iluminada. Claramente estavamos de volta ao true Myanmar. MELHOR!
Voces: O que, ha mais?
Lacerda: Ha mais e melhor, quando fiziamos chamadas, tentavamos alternativas (este cancelamento perdianos o voo para Bangkok), a luz do aeroporto vai abaixo, e todos os seus trabalhadores agarram nas trouxas e vao para casa.
Resultado: noite num hotel de 4 estrelas e voo no dia seguinte, que nos obrigou a comprar mais um voo para Bangkok.
Nessa noite fomos atingidos por um virus de diarreia que foi atacando um a um de cada vez, comecou no Carlo.
Acordados ainda em Inle Lake, la seguimos para o aeroporto outra vez, e la a Marlene chourou noutro voo da Air Mandalay. Quando finalmente chegamos a Yangon esperavanos a nossa simpatica agente de viagens que la nos arranjou maneira de partir para Bangkok ainda nesse dia, de forma a nao perdermos a nossa querida Full Moon Party. Depois do almoco em Yangon, seguimos todos para o WC, devido ao virus, e eu sai de la a cantarolar que continuava untouched. Pois apercebime 10mins dps que fui so tirar o que me estava a proteger, quando la voltei e me vi totalmente atacado (em full power mesmo) pelo virus. Mais 2 idas a wc em Yangon, 2 num voo de 1 hora, e 2 no aeroporto de Bangkok enquanto esperavamos as malas e la partimos para o hotel do aeroporto, porque os doentes nao conseguiam mexer-se muito. OBRIGADO Marlene, por teres dormido comigo e me teres tratado.
O resto da tailandia sera escrito no proximo post,
PROPS
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
xaval um paragrafo inteiro a falar do que se passa dentro de ti éq era escusado.
props
sequerra
Enviar um comentário